Confira matéria publicado no caderno de Saúde do Jornal O Dia na última sexta-feira (25).
Arteterapia, um tratamento feito pela criatividade
Expressar algum sentimento, sensação ou desejo através da produção de arte é uma atividade que o ser humano pratica desde os primórdios da humanidade. Mas a arte, entre suas inúmeras funções, também pode ser usada como tratamento terapêutico. Esse é o trabalho desenvolvido todos os dias no Centro Integrado de Reabilitação (Ceir).
Conhecida como arte-terapia, o tratamento usa elementos artísticos para estimular o paciente durante a reabilitação. Pintura, colagem, desenho, artesanato e reciclagem são alguma das atividades desenvolvidas no setor.
A arteterapeuta Emanoella Santo, explica que a terapia visa contribuir de duas formas da vida do paciente. A primeira é durante o seu tratamento de reabilitação física, usando de elementos como a pintura para potencializar funções lesadas. A segunda forma é para contribuir em sua auto-estima, facilitar a socialização e fazer com que o paciente possa descobrir suas habilidades, criatividade e talento.
Dona Maria da Cruz é um belo exemplo das contribuições da arte durante o processo de reabilitação. Ela conta que, a partir do momento em que dá o primeiro passo dentro da sala de arteterapia, é só felicidade. Dona Maria sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), doença que pode deixar seqüelas na parte motora do corpo e, no caso dela, afetou grande parte do lado esquerdo.
“A arteterapia é uma das terapias mais importantes em minha opinião. Tem dias que eu chego aqui cheia de problemas, mas, quando inicio a terapia, parece que tudo desaparece; além de contribuir na melhora do meu desenvolvimento motor” comemora Maria.
Dona Maria da Cruz sempre lecionou e, como professora, conta que executava trabalhos voltados à arte durante o trabalho, mas se surpreendeu quando encontrou a atividade como reabilitação. Além da arteterapia ela também participa das outros atendimentos oferecidos pelo Centro como a fisioterapia, terapia ocupacional e hidroterapia.
No caso de adultos que tenham seqüelas de lesão encefálica adquirida, ou seja, por conta de algum trauma ou doença que levou a pessoa a ter alguma deficiência física, a demanda do tratamento na arte maior, como aconteceu com Maria da Cruz.
Em casa também se trata
Um dos grandes atributos do tratamento feito pela arte é porque ele pode se estender além dos muros do local ‘original’. “Aqui no Ceir nos mostramos como o paciente pode adaptar suas necessidades em casa. Ele aprende a pintar, a reciclar e a desenhar aqui, mas pode desenvolver a mesma atividade em casa, com orientação e força de vontade, tudo é possível”, explica a arte terapeuta Emanoella Sato.
Foi o que fez Regina Célia, que superou as restrições causadas pela esclerose múltipla e aplicou todos os conhecimentos adquiridos na sessão de arteterapia como forma de fonte de renda em casa. “Nunca pensei que poderia pintar e usar desses conhecimentos como uma fonte de renda. Já superei muita coisa por conta da minha doença, essa foi mais uma” finaliza Regina.
Fonte: http://amigosdoceir.blogspot.com/2011/06/arteterapia-um-tratamento-feito-pela.html
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